quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Avaliar o ontem, planejar o amanhã


Avaliar o ontem, planejar o amanhã
Consta no Guia das Equipes de Nossa Senhora: “A última reunião do ano equipista é uma reunião de balanço. Ela proporciona a todos os componentes do grupo a oportunidade de refletir e dar sua opinião, abertamente e com espírito cristão, sobre a situação da equipe, (sua caminhada, seus progressos ao longo do ano que termina) e preparar o ano seguinte. Não se pode esquecer que o mais importante é buscar a vontade de Deus para o casal e para a equipe e discernir seu apelo para viver, mais autenticamente, o amor caridade, que é a alma de toda a comunidade cristã” (Guia, VI.C.c).
Ultimamente, no Brasil, é costume fazer-se a Reunião de Balanço no mês de novembro. Para o balanço anual, são colocadas algumas questões a serem respondidas para a Super-Região, para a Província, Região ou para o Setor, as quais dizem respeito a um balanço do Movimento. Entretanto, a principal avaliação deve ser a da própria vida e da vida de equipe, para que cada pessoa, cada casal e cada equipe faça um planejamento da sua vida para o ano seguinte. Nenhum balanço tem sentido em si, mas recebe o seu valor em vista do que, a partir dele, se decide fazer. Não é um balanço contábil, em que basta somar ou diminuir os dados dos livros e fazer uma conta de projeção para o futuro. Trata-se, sim, de uma revisão avaliadora de uma vida caminhada nos últimos doze meses, a qual carrega marcas profundas de anos anteriores. Neste nosso balanço, não basta reunir notas, mas é necessário colocar-se na presença de Deus e, num exame interior, em honestidade consigo mesmo, conferir os progressos e/ou regressos acontecidos e, mais importante que estes resultados, ver o esforço que fizemos, a atitude interna de crescimento que buscamos. Um balanço assim o prepararemos com oração, em diálogo com Deus e com o cônjuge.
“Se vocês quiserem encontrar-se com o Senhor, é preciso que se preparem para o encontro. Toda revisão de vida supõe o recolhimento. Ele deve originar-se na humildade da oração e da súplica e perfazer-se em ação de graças. Sua revisão de vida em equipe situa-se na linha da revisão de vida pessoal, mas desabrocha em uma tomada comum de responsabilidade dos companheiros... [...] Reveja, em primeiro lugar, a sua atitude e só depois a dos outros. [...] Se você diz: ‘essas reuniões não me dão nada’ é porque você também não dá nada. Não venha a elas para receber e sim para dar”. (Michel Quoist, Carta Mensal. Junho 1976, p.18)
Sob a ótica do carisma e da mística do Movimento, “o objetivo da reunião de Balanço é uma avaliação sincera, à luz da vontade de Deus, do ano que se encerra, nos diversos campos em que nós equipistas atuamos”:
a) como cristão católico, membro das Equipes de Nossa Senhora, comprometido com a santidade do seu cônjuge e com a própria santidade;
b) como casal unido pelo sacramento do Matrimônio, comprometido com a espiritualidade conjugal, com o crescimento da equipe e com a colaboração nas funções de serviço do Movimento;
c) como equipe de casais que quer dar testemunho de vida em comunidade a outras equipes e ao mundo”. (Josefina e Roque, Carta Mensal. Novembro 2002, p. 3)
Nossa vaidade natural gostaria de notas dez em todos os itens da nossa avaliação. É oportuno, então, lembrar que o pecado de Adão consistiu em querer ser igual a Deus.
Nós somos chamados a ser santos, mas ainda não o somos. Tomando consciência da nossa condição de imperfeitos e partindo dessa realidade, ao avaliarmos a nossa caminhada, é bom que haja em nós sincero desejo de responder ao convite de Deus para sermos santos. Colocar-nos-emos, então, em atitude interior de cultivar a assiduidade em nos abrirmos à vontade e ao amor de Deus; de desenvolver a capacidade para a verdade, e de aumentar a capacidade de encontro e comunhão.
Talvez o que nos assusta no balanço não seja ver o que fizemos ou deixamos de fazer, mas a decisão que a consciência nos impele a tomar a partir dele. Conforta-nos, então, ter presente que é Deus quem nos chama à santidade e que este mesmo Deus nos ama com um amor de infinita misericórdia. Ele conhece a nossa fragilidade e as dificuldades que temos em levar a cabo o que nós próprios decidimos fazer. Temos medo de assumir um compromisso e, depois, sermos infiéis a nós mesmos, à nossa própria decisão. É a hora, então, de pôr a confiança em Deus, não para relaxarmos no esforço, mas, numa resposta amorosa, exercitarmos em nós o dom do temor de Deus. Nossa esperança diz que Ele nos olhará através da Cruz redentora, onde seu Filho, que se fez um de nós, amou-nos em extremo, para que na abundância da graça sejamos justificados por meio dele e, pela sua obediência, todos nos tornemos justos (cf Rm 5,12-21).
Graciete e Gambim CR Eq. da Carta Mensal
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