segunda-feira, 9 de março de 2009


Carta para nossos Jovens é o nosso compromisso :

Amados jovens, permiti que vos ponha agora uma questão. E vós o que é que
deixareis à próxima geração? Estais a construir as vossas vidas sobre alicerces
firmes, estais a construir algo que há-de durar? Estais a viver a vossa
existência de modo a dar espaço ao Espírito no meio dum mundo que quer esquecer
Deus ou mesmo rejeitá-Lo em nome de uma falsa noção de liberdade? Como estais a
usar os dons que vos foram dados, a «força» que o Espírito Santo está pronto,
mesmo agora, a derramar sobre vós? Que herança deixareis aos jovens que virão?
Qual será a diferença impressa por vós?

A força do Espírito Santo não se limita a iluminar-nos e a consolar-nos;
orienta-nos também para o futuro, para a vinda do Reino de Deus. Que magnífica
visão duma humanidade redimida e renovada entrevemos na nova era prometida pelo
Evangelho de hoje! São Lucas diz-nos que Jesus Cristo é o cumprimento de todas
as promessas de Deus, o Messias que possui em plenitude o Espírito Santo para
comunicá-Lo à humanidade inteira. A efusão do Espírito de Cristo sobre a
humanidade é um penhor de esperança e de libertação contra tudo aquilo que nos
depaupera. Tal efusão dá nova vista ao cego, manda livres os oprimidos, e cria
unidade na e com a diversidade (cf. Lc 4, 18-19; Is 61, 1-2). Esta força pode
criar um mundo novo, pode «renovar a face da terra» (cf. Sal 104, 30).

Uma nova geração de cristãos, revigorada pelo Espírito e inspirando-se a uma
rica visão de fé, é chamada a contribuir para a edificação dum mundo onde a
vida seja acolhida, respeitada e cuidada amorosamente, e não rejeitada nem
temida como uma ameaça e, consequentemente, destruída. Uma nova era em que o
amor não seja ambicioso nem egoísta, mas puro, fiel e sinceramente livre,
aberto aos outros, respeitador da sua dignidade, um amor que promova o bem de
todos e irradie alegria e beleza. Uma nova era na qual a esperança nos liberte
da superficialidade, apatia e egoísmo que mortificam as nossas almas e
envenenam as relações humanas. Prezados jovens amigos, o Senhor está a
pedir-vos que sejais profetas desta nova era, mensageiros do seu amor, capazes
de atrair as pessoas para o Pai e construir um futuro de esperança para toda a
humanidade.

O mundo tem necessidade desta renovação. Em muitas das nossas sociedades, ao
lado da prosperidade material vai crescendo o deserto espiritual: um vazio
interior, um medo indefinível, uma oculta sensação de desespero. Quantos dos
nossos contemporâneos escavaram para si mesmos cisternas rotas e vazias (cf.
Jer 2, 13) à procura desesperada de sentido, daquele sentido último que só o
amor pode dar!? Este é o dom grande e libertador que o Evangelho traz consigo:
revela a nossa dignidade de mulheres e homens criados à imagem e semelhança de
Deus; revela a sublime vocação da humanidade, que é a de encontrar a própria
plenitude no amor; desvenda a verdade sobre o homem, a verdade sobre a vida"
(JMJ 2008).

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